Convite à comunidade tabuleirense

Não temos a pretensão e nem imagem tradicional de militante político, cultural, ambiental e esportista. No entanto, pensamos e quem pensa criticamente e busca informações honestas não consegue conviver com a negligência nestas áreas de interesse. Este blog é uma maneira particular de exercitarmos nossa cidadania e divulgarmos os nossos pensamentos nas áreas de política, cultura, meio ambiente e esporte. Além do mais, a razão deste blog é incrementar discussões sobre política, cultura, meio ambiente e esporte referentes ao município de Tabuleiro do Norte. Assim, convidamos a todos os amigos do nosso querido "torrão sempre amado", sem distinção política, religiosa, de cor, de gênero, de classe social, etc., para interagir e acompanhar as postagens. É pretensão nossa postar textos, poesias, imagens e notícias. Sugiro também a quem quiser colaborar com estes formatos de comunicação e expressão que estaremos recebendo-os e analisando-os, através do e-mail: cirandadeverbo@gmail.com. Esperamos que participem e apreciem da melhor maneira possível e sigam este novo caminho. Felicidades!!!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Texto: Lutar quando é fácil ceder

           No ano de 1492, Cristóvão Colombo, financiado pela rainha da Espanha, prova que é possível seguir até terra firme numa rota seguindo na direção oeste, o que até então ninguém havia ousado tentar. Descobre ilhas, mas não chega até ao continente. Depois de uma segunda expedição pela nova rota, Colombo, com muito mais gente, aporta novamente nas ilhas com a ideia de construir o que chamava de “Novo Mundo”, o que não se realizou exatamente como ele havia idealizado.
Também financiada pelo reino da Espanha, uma nova expedição, liderada por Américo Vespúcio, chega ao continente novo. “Chegaram ao continente, como eu disse que era possível chegar”, afirmou Cristóvão depois de receber a notícia. A Coroa e a Inquisição imputa todo o mérito a Américo Vespúcio, enchendo o coração de Colombo de tristeza. Em uma conversa entre Sanchez, o então tesoureiro da Corte Real, e Cristóvão Colombo, afirma o tesoureiro com desprezo:
- Você é um sonhador.
- Olhe lá fora. O que você vê? – questiona Colombo.
- Eu vejo torres. Vejo palácios, campanários. Vejo civilização. E torres que chegam ao céu.
- Tudo é construído por pessoas como eu. Não importa o quanto você viva, há algo entre nós que nunca mudará: eu realizei, você não.
O lugar de Colombo na história só foi colocado graças à biografia escrita pelo seu filho Fernando.
*Tirado do filme “1492 – Conquest of Paradise”

            Imbuídos, não só desse espírito sonhador, mas também realizador de Cristóvão Colombo, e de tantos outros que o precedeu e que depois dele vieram, é que devemos nos articular de alguma forma pra tentar mudar o quadro que se revela diante de nossos olhos. Por muitas vezes temos passado atônitos pela vida, sem senti-la, sem nos assenhorar dela. Embriagados por um falso prazer, por uma falsa realização pessoal em que é preciso ter isso ou aquilo pra ser “estourado”. E quanto mais se tiver mais “estourado” é. São tantos questionamentos que devem ser feitos, começando por perguntar “por que” em tudo que se faz. Antes de qualquer ação pergunte-se: por que fazer isso?
            Tem muita coisa boa pra ser feita. E precisamos disso com urgência. Se você acha que não pode fazer algo grande, faça algo pequeno. Toda grande ação começou, um dia, apenas como uma ideia. É preciso realizar, já.

(por: Alisson C. Matos)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Texto: Reflexões oportunas

Não tenho nenhum compromisso com religião, apenas com Deus. Sou apartidária e apolítica, tampouco faço apologia a questões administrativas, pois não quero parecer seguidora de A ou B. Apesar de alguns de meus irmãos serem amantes das questões políticas, eu, particularmente, só procuro discernir o bem do mal, nas ações daqueles que fazem a política.
Os artigos que escrevo para o Jornal da Câmara de Tabuleiro do Norte expressam meramente os meus pensamentos. Todos os comentários contidos são exclusivamente de minha responsabilidade e refletem com exclusividade o meu ponto de vista sobre determinados temas que, na maioria das vezes, prendem-se a questões educacionais ou culturais do nosso município.
Jamais escrevo para impor soluções para os problemas, nem tampouco determinar proposições que polemizem os assuntos ou estimulem debates acalorados. Sei que penso muitas vezes de maneira diferente. Nas minhas colocações, não pretendo está sempre certa. Contudo, não tenho medo de está errada.
Faço questão de dizer que sou de Tabuleiro do Norte. Nasci e morei a minha vida inteira neste município. Tenho muito orgulho disso. Sou filha de uma tradicional família tabuleirense. A família “Gadelha”.
Conheço quase todos os problemas de Tabuleiro de perto. Posso assegurar que sei, com propriedade, os porquês de certas coisas. Por amá-lo demais, não alimento nenhuma pretensão de um dia deixá-lo. Talvez seja este sentimento que me leva como cidadã a acreditar que o meu Tabuleiro está precisando de reflexões que realmente façam a diferença na vida de sua população.
A insegurança em Tabuleiro do Norte já não é sem fundamento. Creio que somos, de fato, um dos municípios mais violentos do estado do Ceará. A quantidade de roubos, assaltos e assassinatos atingem números alarmantes. O total das perdas causadas pela criminalidade é incalculável. “Como medir o valor de uma vida para os familiares de uma vítima de assassinato?"
As explicações para o fenômeno do crime, aqui em Tabuleiro, são inaceitáveis. A questão básica da criminologia está sendo invertida. O culpado está sendo quem morre e não quem mata. As explicações são as mais banais: “ele falava muito, ele sabia de coisa, ele isso ou aquilo...”
Hoje, o povo tabuleirense vive sobre a sombra do medo. Porém não podemos fechar nossos olhos diante da realidade que nos atormenta. Um esforço emergencial é necessário para enfrentar a cultura do crime, que se implantou em Tabuleiro do Norte, caracterizando-se como um verdadeiro apagão do capitalismo da sociedade humana.
Isso muito me amedronta. Cada vez mais estão incompreensíveis as mortes ocasionadas sem serem desvendados os verdadeiros motivos.
Aqui a minha reflexão: Caro leitor, ou precisamente caro tabuleirense, os homens públicos não deveriam ser exatamente essas pessoas com sentimento para resolver esta situação escabrosa do nosso município? E como tal, não seriam eles que deveriam nos sinalizar as mudanças, neste cenário? Caso contrário, devemos nos conformar? E a indignação, a única coisa que nos resta, deve aderir ao canto de lamentação? “ O crime, em Tabuleiro do Norte, vai se institucionalizar! A vida está banalizada!”
Não! Para mim é incompreensível que fatos como estes devam ser engolidos sem questionamentos das autoridades constituídas.
Frente à iminência das eleições municipais, uma pergunta não quer calar. Algum dos prováveis candidatos a prefeito de Tabuleiro do Norte já definiu, em seu programa de governo, políticas publicas de combate à criminalidade no município? Por ventura, algum dos candidatos aponta alguma alternativa para enfrentamento da violência, em Tabuleiro do Norte? Fica aqui uma sugestão por conta da aproximação das eleições: a realização de um debate público sobre esta questão.
Enfim, desejo do fundo do meu coração, que as minhas palavras estejam em plena sintonia com o anseio de nosso povo. Felicidades para todos aqueles que estão na guerra contra quem apoia a destruição da vida.
A nós, tabuleirenses, resta o silêncio e esperar!
Acorda, Tabuleiro!

(por: Mundilza Viana)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Texto: Ecologia como foco da Educação Ambiental

Partindo-se de um histórico recente de discussão sobre a problemática ambiental e a reação da população diante dos impactos socioambientais, podemos inferir, superficialmente, sobre o grau de sensibilização e conscientização das pessoas a respeito desta problemática.
Em um momento crítico de degradação da natureza e de interferência continua no equilíbrio ecológico dos sistemas naturais, a ciência ainda caminha em passos custosos em direção a um arcabouço teórico, que explique os vazios intercalados do conhecimento, enquanto, por outro lado, a população direciona medidas práticas frágeis e limitadas.
No que diz respeito à reflexão da sociedade sobre as informações de natureza ambiental, observa-se uma resposta lenta por parte das pessoas, como se a responsabilidade sobre as causas dos problemas ambientais também não fosse atribuída a elas. Neste contexto, em se tratando de questões ambientais, a utilização dos fundamentos e estudos de ecologia, como possibilidade de difusão de conceitos e dados práticos, poderá aproximar as pessoas de sua história natural de vida, mostrando, entre inúmeras visões, o homem como componente da natureza e agente influenciador e influenciado no espaço e nas relações naturais. É imprescindível, portanto, resgatar a identidade do homem com o meio natural, tendo a educação ambiental como ferramenta fundamental, utilizando-se de conceitos e conteúdos práticos da área da ecologia.
A educação ambiental, difundida nos últimos anos, tem hoje respostas positivas quanto à elaboração e divulgação de informações e quanto ao processo de sensibilização da população, incitando o indivíduo a interiorizar a problemática ambiental e a construir sua conscientização. Estas respostas, através de uma análise superficial, podem ter sua causa na metodologia transdisciplinar utilizada pelos educadores de meio ambiente, que se utilizam de vários conceitos integradores de áreas temáticas distintas, somados à praticidade das observações e dos fenômenos cotidianos. Em virtude desta alternativa de ensino, o ser humano é capaz de se situar dentro de um contexto holístico de relações mais naturais e passivas e se compreender, com maior sensibilidade, como potencial fator de transformação, seja pelo aspecto negativo de degradação, seja pela vertente positiva da conservação da natureza.
Em linhas gerais, o conhecimento ecológico deveria ser usado como uma das ferramentas mais transformadora da educação ambiental, capaz de ampliar e qualificar a visão do ser humano diante do estágio crescente de degradação das relações socioambiental e do equilíbrio ecológico.
É difundido atualmente que a educação, como demanda imediata, é uma alternativa de longo prazo, com potencial de envolver as responsabilidades sociais, individuais e coletivas em medidas de mitigação dos impactos ambientais resultados das atividades humanas. Para tanto, esta educação deve tecer metodologia que consiga envolver um público alvo complexo, variando desde crianças até pessoas com experiências consolidadas de vida, integrando a diversidade de pensamentos e posições. Paralelamente, os estudos de ecologia e a prática efetiva de conservação do meio ambiente deveriam ser ampliados sensivelmente, na medida em que as alterações na paisagem e na qualidade ambiental dos ecossistemas estão sendo comprometidos aceleradamente.
Por fim, podemos concluir que a educação é um investimento essencial para o alcance de resultados positivos, diante de um futuro naturalmente imprevisível. Enquanto as ações práticas, embasadas por informações científicas, deverão ocorrer no presente, com o objetivo de retardar, no que for possível, os problemas socioambientais do mundo contemporâneo, a educação ambiental poderá também apresentar resultados em curto prazo, mas, geralmente, com a efetivação de ações pontuais e limitadas. Uma vez que a educação é um processo, com respostas demoradas de médio e de longo prazo, devemos tê-la como uma solução de futuro e, quanto à prática efetiva e global de educação ambiental, é evidente que estamos atrasados, enquanto as perdas ambientais/ecológicas se acumulam dramaticamente.  

(por: Paulo Lima)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Texto: A Caatinga é a nossa Amazônia!!!

Há quanto tempo prendemos nossas atenções aos problemas que estão distantes da nossa realidade local ao nos referirmos às questões ambientais? Há quanto tempo nos preocupamos com o destino da Amazônia e sua biodiversidade sem nos importarmos com o nosso espaço de convivência: a “mata branca”, que se estende pelo sertão nordestino e que caracteriza o bioma caatinga?
 Não respeitamos e nem contemplamos a contento a nossa rica biodiversidade, por vislumbrarmos os animais e plantas da Amazônia como sendo aqueles que devemos preservá-los e respeitá-los. Não tenho dúvidas da imensa importância ecológica e ambiental que a Floresta Amazônica representa para o planeta e nem proponho recuarmos na luta pela sua preservação. O que chamo à devida atenção é que não devemos esquecer que a vegetação e os animais da caatinga compõem a “nossa verdadeira Amazônia”, com seu valor ecológico, ambiental, social, econômico e cultura, particular e incalculável.
Neste contexto, ao visualizarmos a paisagem sertaneja, composta de pequenas árvores (rústicas, retorcidas, algumas com espinhos e folhas espessas que caem), de rios, riachos e lagoas que secam sazonalmente, somados às características de um sol causticante, acreditamos ser a mesma um cenário desprovido de valores ecológicos e ambientais. Esta interpretação é o reflexo de como a educação ambiental foi trabalhada pela mídia, enaltecendo alguns biomas brasileiros como a Floresta Amazônia e o Pantanal e evitando a disseminação de informações sobre outros biomas fundamentais ao equilíbrio ecológico, como a Caatinga e o Cerrado, visão esta compartilhada pelo poder público brasileiro, que desde o tempo do Império, utiliza-se de práticas políticas emergenciais, a exemplo das construções de barragens e açudes como medida de convivência com a seca, não se preocupando com questões estruturais como acesso garantido à terra e à água.
Por outro lado, alguns programas com propósitos que valorizam e engrandecem o trabalho do sertanejo, com o resgate de práticas culturais e melhoramento de técnicas da agricultura tradicional, não atingem o êxito esperado, devido à falta de assistência técnica, gratuita e de qualidade, que atendam à demanda contínua e permanente dos pequenos agricultores.
Devemos aprender a conviver com a seca, resgatando e ampliando algumas práticas tradicionais de agricultura e técnicas aperfeiçoadas, como: o plantio direto, manejo sustentável do solo (evitando queimadas), utilização de cata-ventos em pequenas propriedades, rotação e consórcio de culturas, plantio com espécies resistentes, preparo do solo com fertilizantes orgânicos, utilização de inseticidas, bactericidas e fungicidas naturais. Outra alternativa de convivência com o semiárido é conhecer o regime hidrológico para dominá-lo, armazenando a água de chuva, seja em cisternas ou em barragens subterrâneas. Devemos optar pela criação de animais e insetos adaptados às condições climáticas da caatinga, que resistam aos períodos longos de seca como a pecuária de caprinos e ovinos e a criação de abelhas (apicultura).
As características peculiares do sertão nordestino são um desafio para o povo sertanejo, e não um problema. O que nos falta é conhecer e interpretar o bioma caatinga, seus recursos naturais e sua potencialidade, para posteriormente seguirmos um caminho socialmente justo, ambientalmente seguro e viável economicamente, na busca do desenvolvimento sustentável da nossa Amazônia: A CAATINGA.

(por: Paulo Lima)

Greenpeace: Desmatamento Zero!!!