Convite à comunidade tabuleirense

Não temos a pretensão e nem imagem tradicional de militante político, cultural, ambiental e esportista. No entanto, pensamos e quem pensa criticamente e busca informações honestas não consegue conviver com a negligência nestas áreas de interesse. Este blog é uma maneira particular de exercitarmos nossa cidadania e divulgarmos os nossos pensamentos nas áreas de política, cultura, meio ambiente e esporte. Além do mais, a razão deste blog é incrementar discussões sobre política, cultura, meio ambiente e esporte referentes ao município de Tabuleiro do Norte. Assim, convidamos a todos os amigos do nosso querido "torrão sempre amado", sem distinção política, religiosa, de cor, de gênero, de classe social, etc., para interagir e acompanhar as postagens. É pretensão nossa postar textos, poesias, imagens e notícias. Sugiro também a quem quiser colaborar com estes formatos de comunicação e expressão que estaremos recebendo-os e analisando-os, através do e-mail: cirandadeverbo@gmail.com. Esperamos que participem e apreciem da melhor maneira possível e sigam este novo caminho. Felicidades!!!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Texto: A Caatinga é a nossa Amazônia!!!

Há quanto tempo prendemos nossas atenções aos problemas que estão distantes da nossa realidade local ao nos referirmos às questões ambientais? Há quanto tempo nos preocupamos com o destino da Amazônia e sua biodiversidade sem nos importarmos com o nosso espaço de convivência: a “mata branca”, que se estende pelo sertão nordestino e que caracteriza o bioma caatinga?
 Não respeitamos e nem contemplamos a contento a nossa rica biodiversidade, por vislumbrarmos os animais e plantas da Amazônia como sendo aqueles que devemos preservá-los e respeitá-los. Não tenho dúvidas da imensa importância ecológica e ambiental que a Floresta Amazônica representa para o planeta e nem proponho recuarmos na luta pela sua preservação. O que chamo à devida atenção é que não devemos esquecer que a vegetação e os animais da caatinga compõem a “nossa verdadeira Amazônia”, com seu valor ecológico, ambiental, social, econômico e cultura, particular e incalculável.
Neste contexto, ao visualizarmos a paisagem sertaneja, composta de pequenas árvores (rústicas, retorcidas, algumas com espinhos e folhas espessas que caem), de rios, riachos e lagoas que secam sazonalmente, somados às características de um sol causticante, acreditamos ser a mesma um cenário desprovido de valores ecológicos e ambientais. Esta interpretação é o reflexo de como a educação ambiental foi trabalhada pela mídia, enaltecendo alguns biomas brasileiros como a Floresta Amazônia e o Pantanal e evitando a disseminação de informações sobre outros biomas fundamentais ao equilíbrio ecológico, como a Caatinga e o Cerrado, visão esta compartilhada pelo poder público brasileiro, que desde o tempo do Império, utiliza-se de práticas políticas emergenciais, a exemplo das construções de barragens e açudes como medida de convivência com a seca, não se preocupando com questões estruturais como acesso garantido à terra e à água.
Por outro lado, alguns programas com propósitos que valorizam e engrandecem o trabalho do sertanejo, com o resgate de práticas culturais e melhoramento de técnicas da agricultura tradicional, não atingem o êxito esperado, devido à falta de assistência técnica, gratuita e de qualidade, que atendam à demanda contínua e permanente dos pequenos agricultores.
Devemos aprender a conviver com a seca, resgatando e ampliando algumas práticas tradicionais de agricultura e técnicas aperfeiçoadas, como: o plantio direto, manejo sustentável do solo (evitando queimadas), utilização de cata-ventos em pequenas propriedades, rotação e consórcio de culturas, plantio com espécies resistentes, preparo do solo com fertilizantes orgânicos, utilização de inseticidas, bactericidas e fungicidas naturais. Outra alternativa de convivência com o semiárido é conhecer o regime hidrológico para dominá-lo, armazenando a água de chuva, seja em cisternas ou em barragens subterrâneas. Devemos optar pela criação de animais e insetos adaptados às condições climáticas da caatinga, que resistam aos períodos longos de seca como a pecuária de caprinos e ovinos e a criação de abelhas (apicultura).
As características peculiares do sertão nordestino são um desafio para o povo sertanejo, e não um problema. O que nos falta é conhecer e interpretar o bioma caatinga, seus recursos naturais e sua potencialidade, para posteriormente seguirmos um caminho socialmente justo, ambientalmente seguro e viável economicamente, na busca do desenvolvimento sustentável da nossa Amazônia: A CAATINGA.

(por: Paulo Lima)

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