Convite à comunidade tabuleirense

Não temos a pretensão e nem imagem tradicional de militante político, cultural, ambiental e esportista. No entanto, pensamos e quem pensa criticamente e busca informações honestas não consegue conviver com a negligência nestas áreas de interesse. Este blog é uma maneira particular de exercitarmos nossa cidadania e divulgarmos os nossos pensamentos nas áreas de política, cultura, meio ambiente e esporte. Além do mais, a razão deste blog é incrementar discussões sobre política, cultura, meio ambiente e esporte referentes ao município de Tabuleiro do Norte. Assim, convidamos a todos os amigos do nosso querido "torrão sempre amado", sem distinção política, religiosa, de cor, de gênero, de classe social, etc., para interagir e acompanhar as postagens. É pretensão nossa postar textos, poesias, imagens e notícias. Sugiro também a quem quiser colaborar com estes formatos de comunicação e expressão que estaremos recebendo-os e analisando-os, através do e-mail: cirandadeverbo@gmail.com. Esperamos que participem e apreciem da melhor maneira possível e sigam este novo caminho. Felicidades!!!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Texto: Reflexões oportunas

Não tenho nenhum compromisso com religião, apenas com Deus. Sou apartidária e apolítica, tampouco faço apologia a questões administrativas, pois não quero parecer seguidora de A ou B. Apesar de alguns de meus irmãos serem amantes das questões políticas, eu, particularmente, só procuro discernir o bem do mal, nas ações daqueles que fazem a política.
Os artigos que escrevo para o Jornal da Câmara de Tabuleiro do Norte expressam meramente os meus pensamentos. Todos os comentários contidos são exclusivamente de minha responsabilidade e refletem com exclusividade o meu ponto de vista sobre determinados temas que, na maioria das vezes, prendem-se a questões educacionais ou culturais do nosso município.
Jamais escrevo para impor soluções para os problemas, nem tampouco determinar proposições que polemizem os assuntos ou estimulem debates acalorados. Sei que penso muitas vezes de maneira diferente. Nas minhas colocações, não pretendo está sempre certa. Contudo, não tenho medo de está errada.
Faço questão de dizer que sou de Tabuleiro do Norte. Nasci e morei a minha vida inteira neste município. Tenho muito orgulho disso. Sou filha de uma tradicional família tabuleirense. A família “Gadelha”.
Conheço quase todos os problemas de Tabuleiro de perto. Posso assegurar que sei, com propriedade, os porquês de certas coisas. Por amá-lo demais, não alimento nenhuma pretensão de um dia deixá-lo. Talvez seja este sentimento que me leva como cidadã a acreditar que o meu Tabuleiro está precisando de reflexões que realmente façam a diferença na vida de sua população.
A insegurança em Tabuleiro do Norte já não é sem fundamento. Creio que somos, de fato, um dos municípios mais violentos do estado do Ceará. A quantidade de roubos, assaltos e assassinatos atingem números alarmantes. O total das perdas causadas pela criminalidade é incalculável. “Como medir o valor de uma vida para os familiares de uma vítima de assassinato?"
As explicações para o fenômeno do crime, aqui em Tabuleiro, são inaceitáveis. A questão básica da criminologia está sendo invertida. O culpado está sendo quem morre e não quem mata. As explicações são as mais banais: “ele falava muito, ele sabia de coisa, ele isso ou aquilo...”
Hoje, o povo tabuleirense vive sobre a sombra do medo. Porém não podemos fechar nossos olhos diante da realidade que nos atormenta. Um esforço emergencial é necessário para enfrentar a cultura do crime, que se implantou em Tabuleiro do Norte, caracterizando-se como um verdadeiro apagão do capitalismo da sociedade humana.
Isso muito me amedronta. Cada vez mais estão incompreensíveis as mortes ocasionadas sem serem desvendados os verdadeiros motivos.
Aqui a minha reflexão: Caro leitor, ou precisamente caro tabuleirense, os homens públicos não deveriam ser exatamente essas pessoas com sentimento para resolver esta situação escabrosa do nosso município? E como tal, não seriam eles que deveriam nos sinalizar as mudanças, neste cenário? Caso contrário, devemos nos conformar? E a indignação, a única coisa que nos resta, deve aderir ao canto de lamentação? “ O crime, em Tabuleiro do Norte, vai se institucionalizar! A vida está banalizada!”
Não! Para mim é incompreensível que fatos como estes devam ser engolidos sem questionamentos das autoridades constituídas.
Frente à iminência das eleições municipais, uma pergunta não quer calar. Algum dos prováveis candidatos a prefeito de Tabuleiro do Norte já definiu, em seu programa de governo, políticas publicas de combate à criminalidade no município? Por ventura, algum dos candidatos aponta alguma alternativa para enfrentamento da violência, em Tabuleiro do Norte? Fica aqui uma sugestão por conta da aproximação das eleições: a realização de um debate público sobre esta questão.
Enfim, desejo do fundo do meu coração, que as minhas palavras estejam em plena sintonia com o anseio de nosso povo. Felicidades para todos aqueles que estão na guerra contra quem apoia a destruição da vida.
A nós, tabuleirenses, resta o silêncio e esperar!
Acorda, Tabuleiro!

(por: Mundilza Viana)

2 comentários:

  1. Mundilza, o texto é muito oportuno! Por isso defendo a ideia de que a solução dos problemas dos municípios deve partir da prioridade das políticas públicas dos administradores. A melhoria da saúde, educação, cultura, esporte, qualidade de vida, etc, deve ser para o benefício do povo, do interesse do povo. Além disso o povo é o agente fiscalizador das ações ou omissões do poder público e por isso deve sinalizar problemas e apontar soluções. No entanto, sinto que há um desinteresse da população em gastar energia para decidir sobre o que é melhor para ela. O pouco de energia que se gasta é na época de eleição, mas é uma energia tão fraca que se torna passível de ser manipulada. Neste sentido, de forma geral, a escolha dos candidatos não se fundamenta no que eles podem fazer para a melhoria da qualidade de vida de todos, mas se baseia no que os elegíveis podem contribuir para as demandas individuais. Assim, como podemos cobrar a existência de uma gestão pública de qualidade se esse não foi nosso critério de escolha dos candidatos. O debate político é importante e devemos estimular os munícipes e os candidatos para criarem este espaço de discussão no nosso município, na ocasião das eleições de 2012.

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  2. Esse debate se faz indispensável. Concordo com tudo que foi dito no texto e no comentário feito por Paulinho, acrescentando alguns pontos. É muito importante ver a mobilização de parte dos tabuleirenses diante dos índices de violência, mas é necessário ter em mente duas coisas: a responsabilidade pela segurança é direito nosso, e deve ser garantido pelas autoridades, então não pode haver uma transferência completa de responsabilidade para a sociedade civil...nosso papel é escolher um candidato, fiscalizar e pressionar para que as demandas sejam atendidas, mas não assumir um papel que é do Estado (seja na esfera municipal, estadual ou federal), para isso pagamos muitos e muitos tributos. Em segundo lugar, precisamos ter em mente é necessário não desvincular esse problema dos demais que o município possui, trata-se de um problema social, como eu falei na assembleia que ocorreu, e precisa de uma resolução a longo prazo também, além das medidas imediatas que foram pensadas. A longo prazo, o que pode ser? Escolher candidatos que tenham em seu plano de governo a pauta da segurança, a pauta da educação, a pauta da cultura, a pauta da saúde...e que estejam dispostos a cumprir. Só assim, entendendo os problemas de forma conjunta e buscando soluções complexas, inteiras, e não paliativas, é que se pode resolver problemas desse porte. Não podemos aceitar sempre que não há verba, que não dá, e nos conformarmos. Para terminar, esclareço o que sinto com a mobilização que começa a ocorrer contra a violência...de um lado, esperança com a possibilidade de um despertar, de reflexão, de amadurecimento político e de atitude...de outro, o medo do início de um tempo de repressão policial forte como forma de combater a violência e de medo ainda sobre quem pode recair essa repressão (os mais vulneráveis socialmente)...a paz só é de verdade quando atinge a todos, sem escolher classe. Que a paz de uns não seja o desassossego de outros.

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