Convite à comunidade tabuleirense

Não temos a pretensão e nem imagem tradicional de militante político, cultural, ambiental e esportista. No entanto, pensamos e quem pensa criticamente e busca informações honestas não consegue conviver com a negligência nestas áreas de interesse. Este blog é uma maneira particular de exercitarmos nossa cidadania e divulgarmos os nossos pensamentos nas áreas de política, cultura, meio ambiente e esporte. Além do mais, a razão deste blog é incrementar discussões sobre política, cultura, meio ambiente e esporte referentes ao município de Tabuleiro do Norte. Assim, convidamos a todos os amigos do nosso querido "torrão sempre amado", sem distinção política, religiosa, de cor, de gênero, de classe social, etc., para interagir e acompanhar as postagens. É pretensão nossa postar textos, poesias, imagens e notícias. Sugiro também a quem quiser colaborar com estes formatos de comunicação e expressão que estaremos recebendo-os e analisando-os, através do e-mail: cirandadeverbo@gmail.com. Esperamos que participem e apreciem da melhor maneira possível e sigam este novo caminho. Felicidades!!!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Poesia: O pote

Eram frios, o chão e a calma.
Deitava-se o peito nu, sobre o cimento.
Ao meio dia,  
 O céu se abria no chão da cozinha.
O silêncio era os olhos perdidos na réstia de sol.
Não mais, procura-se a ausência do reflexo
No espelho do pote, da qual ressentia.
Estava lá,
A minha alma em febre,
Vagando serenas ondas de luz.
Febre de romper o tempo,
Ganhar espaço, emergir do acaso do ócio.
O tempo é o barco sem remos,
Cantando hinos, contando idos.
Mas não cansa a alma lírica, do tom
Das letras em fuga.
Passa o tempo e o pote.
Passa a água, reencarna às canções.
Canta, a alma, canções líricas.
Velando cebolas no leito do pote.



(por: Paulo Lima)

sábado, 4 de agosto de 2012

Poesia: Brava gente brasileira

Eu não sei se foi por rima
ou insulto ou desagrado
nascer sem escolher a sina
de homem feito e formado.


Queria mexer com terra,
aboiar gado arrojado,
montar cavalo, quem dera,
sob o sol encorajado.


Sentir o orvalho cair,
enquanto o café é coado.
Se banhar e se vestir,
nascer com o canto do galo.


Na fronteira do curral,
queria aboiar o gado.
Na merenda matinal,
beber o leite espumado.


É o sonho de infância,
mas agora, diplomado,
expira o sonho na ânsia,
daquele sonho acordado.


Mas do sonho de vaqueiro,
não desisto nem um passo,
pois meu sangue é brasileiro,
não vulnerável ao fracasso. 


Deste sangue preto e branco,
vermelho, pardo e mulato,
cores de almas guerreiras,
que tem o riso e o cansaço,
como marca brasileira,
do desigual Brasil farto,
é que faço deslumbrante,
o desenho do meu traço.


Assim, bravo e brasileiro,
não arredo desamparo.
Sou mais valente e guerreiro,
quanto mais me dizem fraco.


Quando a noite reluzente
escurece a capoeira
é que sinto que sou gente,
brava gente brasileira.



(por: Paulo Lima)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

AMIGOS

Neste último mês de julho, não postei nenhum texto no blog "Ciranda de Verbo", além de poesias, pois iniciamos o período eleitoral. Seria ético concentramos nos debates políticos que estão ocorrendo nas cidades e que não acirremos discussões a cerca de política neste espaço, pois correremos o risco de favorecermos discussões mesquinhas. Devido à isso, ficarei postando apenas imagens e poesias até que o processo eleitoral de elegibilidade de candidatos finalize. No mais, espero que curta estas poesias e imagens do nosso Tabuleiro do Norte-CE. Agradeço pela compreensão!      

(por: Paulo Lima)

domingo, 10 de junho de 2012

Poesia: Olho D'Água dos Currais

 Quando a alma entristece
Procurando natureza
Vem na lembrança a beleza
Que meu coração merece

Quando o tempo foi amigo
E a alma aventureira
Em carroça de madeira
Procurei o seu abrigo

Conheci por brincadeira
Na melhor da amizade
Sem saber que na cidade
Fonte descia ladeira

Era mata, flor e fonte
Gente, casa e natureza
Tudo isso da proeza
Da evolução errante

O verde além do normal
Oiticica e marizeira
Ipê, branco e catingueira
Na moldura maestral

E como plano de fundo
Da encosta da chapada
Surgia a lua minguada
No anoitecer fecundo

Era hora de deitar
Mas antes tinham histórias
De uma terra de glórias
Um coletivo curral

Pois na vastidão de terra
Quando nada era cercado
Quem criava muito gado
Soltava tudo na “serra”

Minha mãe já me contava
Que na sequidão do pasto
Boiada seguia o rastro
Do verde que se avistava

E assim fazia vô
Quando a mata escasseava
O gado que alimentava
Na sina de agricultor

Seguia o rumo da “serra”
E passava o tempo mal
E ia depois lá no “curral”
Trazer o gado pras terras.

O curral era sagrado
Pois a água não faltava
brotava de rocha rasa
pra matar sede do gado

Era a fonte do corrente
Que brotava na ladeira
Água clara e de primeira
Benção para toda gente

Mas a mata da chapada
Deu lugar a plantação
Pecuária e extração
Segue agora degradada

E a água que era farta
Diminui a cada dia
Devido a grande ironia
De nossa postura ingrata

Pois deu tudo, a natureza
Para o povo do sertão
explorar o seu torrão
com sapiência e grandeza

Ao contrário, degradou
Queimou lenha e madeira
Transformou a capoeira
Em terreno sem valor

Adubou além da cota
mais veneno aplicou
E do resto que sobrou
Faz coivara pr’outra roça

Foram embora os animais
Junto com a seriema
E agora é um problema
Quando a caça não há mais

E ainda com a razão
Diz que a natureza é má
Por não poder mais lhe dar
Fartura na produção

Mas a APA dos Currais
Resiste ao poder do homem
Que só planta o que consome
E esquece os animais

A natureza é sagaz
Pois escolheu de primeira
O senhor Jesus Moreira 
Pra proteger os “Currais”

Por isso estamos aqui
Para pedir à natureza
Perdão por nossas fraquezas
De só saber destruir.



(por: Paulo Lima)

domingo, 3 de junho de 2012

Texto: Análise Ambiental do Riacho Quixeré

O uso e a ocupação do espaço urbano e a extensão das fronteiras agrícolas têm implicações importantes sobre a qualidade ambiental em Áreas de Preservação Permanente. Estas ações antrópicas são agravantes para o equilíbrio ambiental dos sistemas naturais quando os limites de preservação, previstos pela legislação específica, não são respeitados. Além do mais, os impactos são mais agressivos em regiões nas quais as características ambientais (condições climáticas, hidrológicas e geomorfológicas) as tornam mais vulneráveis, a exemplo dos sistemas ecológicos presentes no semiárido brasileiro.


O Riacho Quixeré é um recurso hídrico natural, localizado no município de Tabuleiro do Norte-CE, e que recebe contribuição hídrica das águas escoadas na própria bacia de drenagem, assim como do fluxo de água proveniente do Rio Jaguaribe. Este sistema hídrico tem largura média em torno de 10,0 metros e, portanto, deveria possuir vegetação ribeirinha em faixa de 30,0 metros, conforme prevê a Lei nº 4.771/1965 (Código Florestal Brasileiro).
No entanto, a partir de visitas de campo, análise da legislação específica e levantamento bibliográfico, observou-se que o Riacho Quixeré apresenta graves problemas socioambientais, principalmente no trecho inserido na área urbana da cidade de Tabuleiro do Norte.
Entre os problemas observados na Área de Preservação Permanente deste riacho, podem ser enumerados: desmatamento da vegetação ciliar, loteamentos, aterramentos e construção de imóveis; barramentos para retenção de água; disposição de resíduos sólidos; lançamentos de efluentes domésticos e de serviços que liberam óleo e graxas, como aqueles provenientes de oficinas mecânicas de automotores.




Além dos impactos potencias ocorrentes na área urbana do município, pode ser citada a poluição difusa causada pelos resíduos provenientes do uso indiscriminado de fertilizantes sintéticos e da criação de animais nas áreas rurais. Como consequência, observa-se claramente a perda da qualidade ambiental da área de preservação do Riacho Quixeré, processo de eutrofização da água, assoreamento de seu leito, perda da biodiversidade biológica e comprometimento da drenagem das águas no município (com registro de inundações recorrentes, inclusive nas áreas de risco).


Diante deste contexto, conclui-se que o descaso e omissão da gestão pública municipal, o descumprimento da legislação ambiental e a falta de ação e atitude da comunidade tabuleirense são fatores decisivos para a ocorrência dos impactos ambientais ao longo do riacho Quixeré.

(por: Andréa Moreira, Paulo Lima e Adriana Moreira)

sábado, 2 de junho de 2012

CONVITE: AUDIÊNCIA PÚBLICA – RIACHO QUIXERÉ

            



               O Riacho Quixeré é um sistema aquático, localizado na bacia do baixo Jaguaribe, no município de Tabuleiro do Norte-CE, e de relevante interesse socioambiental para a população. Apesar da maior parte do seu percurso está inserida na área rural deste município, é dentro dos limites urbanos que este ambiente hídrico sofre com a consequência dos impactos negativos: desmatamento da vegetação ribeirinha, aterramento de seu leito, construção de residências domiciliares e comerciais na Área de Preservação Permanente, lançamento de efluentes domésticos, lançamento de óleos e graxas, devido à grande quantidade de oficinas mecânicas e lava-jatos, deposição de resíduos sólidos, barramentos ao longo do curso do riacho, entre outras atividades impactantes.

               A quase inexistência de saneamento básico e a falta de compreensão de parte da população refletem na deterioração da qualidade da água e na desconfiguração da paisagem natural, na qual o riacho está inserido. Mesmo diante da importância do Riacho Quixeré para controle da drenagem das águas, manutenção da diversidade biológica, beleza paisagística, lazer contemplativo e primário, atividades turísticas, amenização do microclima local, entre outros benefícios da economia natural, o riacho Quixeré está sendo loteado e exposto a venda, sem que o poder público municipal atue de forma educativa, proibitiva e reparadora e sem que a comunidade manifeste indignação e revolta co o descaso.

               A despeito de algumas ações para controle das construções de residências na margem e no leito deste riacho, nada de efetivo vem sendo feito nos últimos 20 anos, seja por meio de anseios da população, seja por meio de planejamento urbano municipal. Como consequência, a garantia de “meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida da população”, prevista pela Constituição Brasileira, de 1988, não está sendo efetivada para as presentes e futuras gerações de Tabuleiro do Norte. 

               É no sentido de promover um espaço de diálogo coletivo entre os poderes públicos, os proprietários (com imóveis localizados na Área de Preservação Permanente – APP deste riacho) e a comunidade tabuleirense, que se faz necessária a realização de uma AUDIÊNCIA PÚBLICA para conhecermos e discutirmos a problemática ambiental pela qual o Riacho Quixeré vem sofrendo nos últimos anos.

               Para que a discussão proposta possa alcançar o objetivo maior de preservação do Riacho Quixeré, convidamos-lhe para participar desta Audiência Pública, a ser realizada na Câmara Municipal de Vereadores,  município de Tabuleiro do Norte, cujo início esta previsto para as 08:00h do dia 05 de junho de 2012, quando também se comemora o “Dia Mundial do Meio Ambiente”.

Contamos com sua presença.

(por: Paulo Lima)          

domingo, 20 de maio de 2012

TEXTO: Vende-se o Riacho Quixeré !?!

Os sistemas aquáticos são de fundamental importância para manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas e para realização de diversas atividades antrópicas, além de se considerar a água como bem essencial à vida.
 No entanto, o recurso água e outros elementos da paisagem, necessários para manutenção da qualidade e para garantia do ciclo biogeoquímico da água, não são manejados de forma sustentada. A despeito do arcabouço legal brasileiro, referente à matéria ambiental, a sua inaplicabilidade é reflexo da falta de prioridade dos poderes públicos sobre a relevância dos recursos naturais e dos serviços ambientais que a natureza oferece. 



O Riacho Quixeré é um sistema aquático, localizado na bacia do baixo Jaguaribe, no município de Tabuleiro do Norte-CE, e de relevante interesse socioambiental para a população. Com o intuito de acompanhar e analisar a atual situação em que se encontra este riacho, esta sendo realizado, desde 2007, um acompanhamento sistemático, sob a fundamentação teórica realizada por meio de pesquisa bibliográfica, a partir do qual são identificados quais os locais mais impactados e os principais agentes de degradação do Riacho Quixeré. 



Apesar da maior parte do seu percurso está inserida na área rural deste município, é dentro dos limites urbanos que este ambiente hídrico sofre com a consequência dos impactos negativos: desmatamento da vegetação ribeirinha, aterramento de seu leito, construção de residências domiciliares e comerciais na Área de Preservação Permanente, lançamento de efluentes domésticos, lançamento de óleos e graxas, devido à grande quantidade de oficinas mecânicas e lava-jatos, deposição de resíduos sólidos, barramentos ao longo do curso do riacho, entre outras atividades impactantes. 
A quase inexistência de saneamento básico e a falta de compreensão de parte da população refletem na deterioração da qualidade da água e na desconfiguração da paisagem natural, na qual o riacho está inserido. Mesmo diante da importância do Riacho Quixeré para controle da drenagem das águas, manutenção da diversidade biológica, beleza paisagística, lazer contemplativo e primário, atividades turísticas, amenização do microclima local, entre outros benefícios da economia natural, o riacho Quixeré está sendo loteado e exposto a venda, sem que a gestão pública municipal atue de forma educativa, proibitiva e reparadora. 



A despeito de algumas ações para controle das construções de residências na margem e no leito deste riacho, nada de efetivo vem sendo feito nos últimos 20 anos, seja por meio de anseios da população, seja por meio de planejamento urbano municipal. Como consequência, a garantia de “meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida da população”, prevista pela Constituição Brasileira, de 1988, não está sendo efetivada para as presentes e futuras gerações de Tabuleiro do Norte.         

(por: Paulo Lima, Andréa Moreira e Francisco José Lima Silva)

domingo, 6 de maio de 2012

Texto: Movimento Riacho Quixeré: a natureza que não queremos perder!!!


Vende-se o Riacho Quixeré!?






É desta forma que garantiremos melhor qualidade de vida aos tabuleirenses das presentes e futuras gerações? Quem são os responsáveis por cumprir e fazer cumprir a legislação ambiental? E porque estão omissos? Por que a comunidade não se comove e age para a preservação do Riacho? Vamos esperar até quando? Existe alguma esperança para o "agora"? Está difícil!!! 

A Constituição Federal do Brasil, de 1988, defende no seu artigo 225 que: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações"


"Para que serve a Constituição?" é uma pergunta retórica.

"Para quem serve a Constituição?" é a pergunta que ecoa sem voz, mas para qual temos muitas respostas. 


(por: Movimento Riacho Quixeré: a natureza que não queremos perder!!!)


domingo, 22 de abril de 2012

Texto: Movimento Riacho Quixeré: a natureza que não queremos perder!!!"


*texto elaborado para mobilização de estudantes...

Na minha cidade tem um riacho! E se bem conheço, o espaço no qual nasci, tem também um rio, açude, chapada, estrada, água, pássaros, plantas, pebas e muitas outras coisas as quais são frutos do trabalho da natureza. Temos muita coisa, uma lista enorme do que a natureza nos oferece. É de graça!!! E, equivocadamente, o que é “de graça” não é valorizado, justamente por ser fácil conseguir (quantas vezes, se quiser). E por esta falta de atenção com os recursos e serviços da natureza, que passamos a nem enxergar os valores fundamentais que são próprios da natureza.
A verdade é que não valorizamos o local no qual nascemos, vivemos, crescemos e por fim, partimos. Estamos acostumados a pensar e acreditar que o que tem valor é aquilo que vem de fora, da mesma forma que as pessoas de outros lugares acham os nossos bens naturais como patrimônio inigualável. É por isso, que não soa estranho se você não sabe que sua cidade tem um riacho, um rio... Você sabe que existe, mas não que se utiliza dele para melhoria da sua qualidade de vida. Você sabe que existe, apenas não conhece a importância, o valor, a natureza da existência do seu riacho.
Alguém já deve ter dito que não amamos a quem ou o que não conhecemos e para conhecer algo de verdade é preciso senti-lo pelas sensações privilegiadas que temos. E quando realmente tivermos posse dos sentidos passaremos a ter argumentos, olhar crítico e posicionamento sobre aquilo que agora passa a ser seu, da sua cidade e do meu município.
Essa é a transformação pela qual o individuo e a coletividade deve passar para saber que na minha cidade tem um riacho, ele tem nome, importância, razão de existência e, mesmo assim, renegamos seu valor, sem que sentimento algum faça mudar o curso da degradação. Temos a oportunidade de outro caminho, que propõe fazer a diferença.





Algumas pessoas do município de Tabuleiro do Norte, Ceará, sabem que existe um riacho no seu espaço geográfico, cujos serviços ambientais (beleza cênica, drenagem urbana, preservação da fauna e da flora,...) são benéficos para a toda comunidade tabuleirense. Estas pessoas, ainda poucas pessoas, sabem que este riacho, conhecido por Riacho Quixeré, vem sofrendo com a degradação da sua qualidade ecológica, sem que o poder público e a própria comunidade manifeste sentimentos de revolta, de indignação e de justiça.
Desde o final da década de 80, algumas ações isoladas foram dirigidas à preservação deste sistema hídrico, sem que, até o presente momento, alguma ação efetiva, mitigadora ou proibitiva tenha sido implementada e tenha conseguido limitar o avança da degradação do Riacho Quixeré.
No entanto, é necessário enumerar algumas poucas ações, apesar da limitação de sua abrangência e da magnitude restrita dos objetivos alcançados, para que se faça justiça ao trabalho que vem sendo realizado ao longo dos últimos anos: aprovação da Lei Municipal nº 428 de 29 de setembro de 1993, a qual reforça as normas de preservação prevista pelo Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº 7.771/1995) e estabelece a área de Proteção Ambiental do Riacho Quixeré (não cumprida até o presente momento); trabalho de mobilização e sensibilização com escolas do município; sensibilização da comunidade por meio da distribuição do panfleto S.O.S. Riacho Quixeré; Mobilização e sensibilização das entidades religiosas do município, por meio de caminhadas ecológicas realizadas entre a sede das instituições cristãs até trecho do Riacho Quixeré; limitação da construção de imóveis em um pequeno trecho no qual o riacho atravessa a área urbana no município e no qual a degradação ambiental é alarmante. Todas estas atividades partiram de trabalhos desenvolvidos pela iniciativa do poder público municipal, por meio de pessoas envolvidas e compromissadas com a causa ambiental.           
Apesar do avanço da discussão ambiental do Riacho Quixeré, devido a estes movimentos de caráter preservacionista, precisamos somar forças para que estas ações possam tomar a dimensão necessária para a efetiva preservação, recuperação e manutenção da qualidade ambiental deste sistema hídrico.
É neste sentido, que ressurge, em Tabuleiro do Norte, a vontade de reunir forças em prol da defesa do riacho. Esta reunião de forças vem renomada com o título “Movimento Riacho Quixeré: A natureza que não queremos perder!!!”.  Este movimento ressurge a partir do sentimento de esperança que nos restas, para salvar o Riacho Quixeré de sua total degradação. O movimento não tem a cara de ninguém, senão a de todos os tabuleirenses interessados na recuperação e preservação do riacho. Não temos líderes, não temos nomes! 
É um movimento apartidário, democrático, solidário, idealista e prático: é apartidário, pois o movimento não defende e não apóia, de forma única ou exclusiva, partidos políticos, entidades religiosas, gêneros ou etnias; é solidário, por demonstrar preocupação com todas as manifestações sociais que ocorram no município, além de manter o diálogo entre todas as partes envolvidas direta ou indiretamente com as ações deste movimento específico; é democrático e não hierárquico, no qual todos tem o mesmo poder de decisão e argumentação; idealista, pois lutamos por ideias de uma sociedade equilibrada, no que diz respeito à preservação ambiental, à justiça social, ao desenvolvimento econômico e à diversidade cultural; e é prático, pois o movimento só caminhará se for construído sobre bases práticas, que, por sua vez, deverão ser delineadas por fundamentação teórica sólida. 
O objetivo deste movimento é mobilizar e sensibilizar a comunidade tabuleirense para a importância de recuperar e de preservar o Riacho Quixeré, diante dos serviços ambientais que ele cumpre e dos seus usos possíveis e permitidos: drenagem das águas pluviais; beleza paisagística; preservação da flora, da fauna e dos microorganismos de maneira geral; manutenção de microclima local; espaço para realização de atividades esportistas, educativas e de lazer; entre outras atividades, serviços e usos.         
Para que este movimento tenha energia suficiente para alcançar o objetivo maior de preservação do riacho Quixeré, é preciso que todas as representações sociais, ou seja, todas as vozes da comunidade tabuleirense dialoguem entre si, para decidir, enquanto comunidade, o que deve ser feito em relação ao riacho: devemos preservá-lo, de posse do conhecimento de sua importância, ou devemos destruí-lo diante da vontade e da ignorância de alguns? 

(por: Paulo Lima)

Greenpeace: Desmatamento Zero!!!