Convite à comunidade tabuleirense

Não temos a pretensão e nem imagem tradicional de militante político, cultural, ambiental e esportista. No entanto, pensamos e quem pensa criticamente e busca informações honestas não consegue conviver com a negligência nestas áreas de interesse. Este blog é uma maneira particular de exercitarmos nossa cidadania e divulgarmos os nossos pensamentos nas áreas de política, cultura, meio ambiente e esporte. Além do mais, a razão deste blog é incrementar discussões sobre política, cultura, meio ambiente e esporte referentes ao município de Tabuleiro do Norte. Assim, convidamos a todos os amigos do nosso querido "torrão sempre amado", sem distinção política, religiosa, de cor, de gênero, de classe social, etc., para interagir e acompanhar as postagens. É pretensão nossa postar textos, poesias, imagens e notícias. Sugiro também a quem quiser colaborar com estes formatos de comunicação e expressão que estaremos recebendo-os e analisando-os, através do e-mail: cirandadeverbo@gmail.com. Esperamos que participem e apreciem da melhor maneira possível e sigam este novo caminho. Felicidades!!!

domingo, 10 de junho de 2012

Poesia: Olho D'Água dos Currais

 Quando a alma entristece
Procurando natureza
Vem na lembrança a beleza
Que meu coração merece

Quando o tempo foi amigo
E a alma aventureira
Em carroça de madeira
Procurei o seu abrigo

Conheci por brincadeira
Na melhor da amizade
Sem saber que na cidade
Fonte descia ladeira

Era mata, flor e fonte
Gente, casa e natureza
Tudo isso da proeza
Da evolução errante

O verde além do normal
Oiticica e marizeira
Ipê, branco e catingueira
Na moldura maestral

E como plano de fundo
Da encosta da chapada
Surgia a lua minguada
No anoitecer fecundo

Era hora de deitar
Mas antes tinham histórias
De uma terra de glórias
Um coletivo curral

Pois na vastidão de terra
Quando nada era cercado
Quem criava muito gado
Soltava tudo na “serra”

Minha mãe já me contava
Que na sequidão do pasto
Boiada seguia o rastro
Do verde que se avistava

E assim fazia vô
Quando a mata escasseava
O gado que alimentava
Na sina de agricultor

Seguia o rumo da “serra”
E passava o tempo mal
E ia depois lá no “curral”
Trazer o gado pras terras.

O curral era sagrado
Pois a água não faltava
brotava de rocha rasa
pra matar sede do gado

Era a fonte do corrente
Que brotava na ladeira
Água clara e de primeira
Benção para toda gente

Mas a mata da chapada
Deu lugar a plantação
Pecuária e extração
Segue agora degradada

E a água que era farta
Diminui a cada dia
Devido a grande ironia
De nossa postura ingrata

Pois deu tudo, a natureza
Para o povo do sertão
explorar o seu torrão
com sapiência e grandeza

Ao contrário, degradou
Queimou lenha e madeira
Transformou a capoeira
Em terreno sem valor

Adubou além da cota
mais veneno aplicou
E do resto que sobrou
Faz coivara pr’outra roça

Foram embora os animais
Junto com a seriema
E agora é um problema
Quando a caça não há mais

E ainda com a razão
Diz que a natureza é má
Por não poder mais lhe dar
Fartura na produção

Mas a APA dos Currais
Resiste ao poder do homem
Que só planta o que consome
E esquece os animais

A natureza é sagaz
Pois escolheu de primeira
O senhor Jesus Moreira 
Pra proteger os “Currais”

Por isso estamos aqui
Para pedir à natureza
Perdão por nossas fraquezas
De só saber destruir.



(por: Paulo Lima)

domingo, 3 de junho de 2012

Texto: Análise Ambiental do Riacho Quixeré

O uso e a ocupação do espaço urbano e a extensão das fronteiras agrícolas têm implicações importantes sobre a qualidade ambiental em Áreas de Preservação Permanente. Estas ações antrópicas são agravantes para o equilíbrio ambiental dos sistemas naturais quando os limites de preservação, previstos pela legislação específica, não são respeitados. Além do mais, os impactos são mais agressivos em regiões nas quais as características ambientais (condições climáticas, hidrológicas e geomorfológicas) as tornam mais vulneráveis, a exemplo dos sistemas ecológicos presentes no semiárido brasileiro.


O Riacho Quixeré é um recurso hídrico natural, localizado no município de Tabuleiro do Norte-CE, e que recebe contribuição hídrica das águas escoadas na própria bacia de drenagem, assim como do fluxo de água proveniente do Rio Jaguaribe. Este sistema hídrico tem largura média em torno de 10,0 metros e, portanto, deveria possuir vegetação ribeirinha em faixa de 30,0 metros, conforme prevê a Lei nº 4.771/1965 (Código Florestal Brasileiro).
No entanto, a partir de visitas de campo, análise da legislação específica e levantamento bibliográfico, observou-se que o Riacho Quixeré apresenta graves problemas socioambientais, principalmente no trecho inserido na área urbana da cidade de Tabuleiro do Norte.
Entre os problemas observados na Área de Preservação Permanente deste riacho, podem ser enumerados: desmatamento da vegetação ciliar, loteamentos, aterramentos e construção de imóveis; barramentos para retenção de água; disposição de resíduos sólidos; lançamentos de efluentes domésticos e de serviços que liberam óleo e graxas, como aqueles provenientes de oficinas mecânicas de automotores.




Além dos impactos potencias ocorrentes na área urbana do município, pode ser citada a poluição difusa causada pelos resíduos provenientes do uso indiscriminado de fertilizantes sintéticos e da criação de animais nas áreas rurais. Como consequência, observa-se claramente a perda da qualidade ambiental da área de preservação do Riacho Quixeré, processo de eutrofização da água, assoreamento de seu leito, perda da biodiversidade biológica e comprometimento da drenagem das águas no município (com registro de inundações recorrentes, inclusive nas áreas de risco).


Diante deste contexto, conclui-se que o descaso e omissão da gestão pública municipal, o descumprimento da legislação ambiental e a falta de ação e atitude da comunidade tabuleirense são fatores decisivos para a ocorrência dos impactos ambientais ao longo do riacho Quixeré.

(por: Andréa Moreira, Paulo Lima e Adriana Moreira)

sábado, 2 de junho de 2012

CONVITE: AUDIÊNCIA PÚBLICA – RIACHO QUIXERÉ

            



               O Riacho Quixeré é um sistema aquático, localizado na bacia do baixo Jaguaribe, no município de Tabuleiro do Norte-CE, e de relevante interesse socioambiental para a população. Apesar da maior parte do seu percurso está inserida na área rural deste município, é dentro dos limites urbanos que este ambiente hídrico sofre com a consequência dos impactos negativos: desmatamento da vegetação ribeirinha, aterramento de seu leito, construção de residências domiciliares e comerciais na Área de Preservação Permanente, lançamento de efluentes domésticos, lançamento de óleos e graxas, devido à grande quantidade de oficinas mecânicas e lava-jatos, deposição de resíduos sólidos, barramentos ao longo do curso do riacho, entre outras atividades impactantes.

               A quase inexistência de saneamento básico e a falta de compreensão de parte da população refletem na deterioração da qualidade da água e na desconfiguração da paisagem natural, na qual o riacho está inserido. Mesmo diante da importância do Riacho Quixeré para controle da drenagem das águas, manutenção da diversidade biológica, beleza paisagística, lazer contemplativo e primário, atividades turísticas, amenização do microclima local, entre outros benefícios da economia natural, o riacho Quixeré está sendo loteado e exposto a venda, sem que o poder público municipal atue de forma educativa, proibitiva e reparadora e sem que a comunidade manifeste indignação e revolta co o descaso.

               A despeito de algumas ações para controle das construções de residências na margem e no leito deste riacho, nada de efetivo vem sendo feito nos últimos 20 anos, seja por meio de anseios da população, seja por meio de planejamento urbano municipal. Como consequência, a garantia de “meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida da população”, prevista pela Constituição Brasileira, de 1988, não está sendo efetivada para as presentes e futuras gerações de Tabuleiro do Norte. 

               É no sentido de promover um espaço de diálogo coletivo entre os poderes públicos, os proprietários (com imóveis localizados na Área de Preservação Permanente – APP deste riacho) e a comunidade tabuleirense, que se faz necessária a realização de uma AUDIÊNCIA PÚBLICA para conhecermos e discutirmos a problemática ambiental pela qual o Riacho Quixeré vem sofrendo nos últimos anos.

               Para que a discussão proposta possa alcançar o objetivo maior de preservação do Riacho Quixeré, convidamos-lhe para participar desta Audiência Pública, a ser realizada na Câmara Municipal de Vereadores,  município de Tabuleiro do Norte, cujo início esta previsto para as 08:00h do dia 05 de junho de 2012, quando também se comemora o “Dia Mundial do Meio Ambiente”.

Contamos com sua presença.

(por: Paulo Lima)          

Greenpeace: Desmatamento Zero!!!