Convite à comunidade tabuleirense

Não temos a pretensão e nem imagem tradicional de militante político, cultural, ambiental e esportista. No entanto, pensamos e quem pensa criticamente e busca informações honestas não consegue conviver com a negligência nestas áreas de interesse. Este blog é uma maneira particular de exercitarmos nossa cidadania e divulgarmos os nossos pensamentos nas áreas de política, cultura, meio ambiente e esporte. Além do mais, a razão deste blog é incrementar discussões sobre política, cultura, meio ambiente e esporte referentes ao município de Tabuleiro do Norte. Assim, convidamos a todos os amigos do nosso querido "torrão sempre amado", sem distinção política, religiosa, de cor, de gênero, de classe social, etc., para interagir e acompanhar as postagens. É pretensão nossa postar textos, poesias, imagens e notícias. Sugiro também a quem quiser colaborar com estes formatos de comunicação e expressão que estaremos recebendo-os e analisando-os, através do e-mail: cirandadeverbo@gmail.com. Esperamos que participem e apreciem da melhor maneira possível e sigam este novo caminho. Felicidades!!!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Texto: Modelos de desenvolvimento


A evolução social, concernente às transformações na melhoria da qualidade de vida das comunidades, está diretamente relacionada ao aperfeiçoamento da habilidade do homem de modificar o espaço local e aos procedimentos para processar e utilizar os recursos disponíveis. Contudo, essa evolução é questionada, pois apenas parte da população tem acesso facilitado aos produtos e serviços proporcionados pelos avanços científicos, tecnológicos, industriais e pelo modelo econômico neoliberal. Discute-se, todavia, que a modernização social encontra um contraponto no modelo atual de desenvolvimento, no qual a utilização indiscriminada dos recursos naturais e a geração cada vez maior e diversificada de resíduos comprometem o equilíbrio ambiental do planeta, a saúde pública e o bem-estar social.
Entretanto, as cidades continuam enveredando pelo mesmo modelo de crescimento econômico adotado pelos países ditos desenvolvidos e em processo de desenvolvimento, no qual o critério de negociação do “toma lá, da cá” acaba prevalecendo. E essa não é uma verdade apenas das grandes cidades. Em um modelo globalizado de relações internacionais, tanto os pequenos como os grandes agregados urbanos funcionam por meio de um sistema ramificado de modelos econômicos padronizados. Estes modelos são, muitas vezes, elaborados a partir de cópias e adaptações de políticas, objetivos, estratégias e processos de países com realidades distintas e até opostas, e, por isso, estão sujeitos a falharem, quando aplicados a nossa realidade. Por outro lado, modelos mais dinâmicos e sustentáveis, como o eco-desenvolvimento, são discutidos pela eficiência do marketing político, mas não implementados com a real importância e urgência.         
Dificilmente, seja em pequenas cidades ou grandes metrópoles, encontramos iniciativas corajosas, que compartilham benefícios coletivos, como os resultados de projetos de desenvolvimento sustentável, cuja formatação respeita os critérios de planejamento, a justiça social dos trabalhadores e residentes, a proteção ambiental e o equilíbrio ecológico, sem que, por outro lado, causem prejuízo ao potencial econômico do empreendimento ou atividade proposta. Porém, o que habitualmente vemos é o estabelecimento do contraditório: indústrias para o desenvolvimento local, mesmo que a poluição comprometa a qualidade de vida da população. O bem-estar social, o ar puro e a qualidade de vida das pequenas cidades brasileiras cedem espaço à industrialização tradicional, preocupada em lucro e status. Além do mais,  algumas medidas mitigadoras adotadas pelas empresas ou atividades potencialmente poluidoras são conseqüências de exigências da Política Nacional de Meio Ambiente, através dos órgãos de controle ambiental e não, em sua grande maioria, como resultado ou manifestação da consciência e/ou sensibilidade ambiental dos empreendedores.
As atividades humanas, sejam elas industriais, comerciais ou serviços, têm sua importância nas transformações do espaço e nas relações sociais das comunidades. Por outro lado, o crescimento econômico poderá alcançar estabilidade com um modelo mais sustentável, longe da especulação de que isto seja idealismo.
Os impactos ambientais internacionais, como somatório das degradações locais, refletem atualmente no conceito de mudanças climáticas globais, previstas pelos ambientalistas, em décadas anteriores, e rejeitado pelos desenvolvimentistas como sendo uma previsão radical. Hoje, sabemos da gravidade planetária das conseqüências do desenvolvimento predatório e, conhecedores desta verdade, ainda aceitamos passivamente os mesmos caminhos, justificativas e discursos desenvolvimentistas. Ao contrário disto, devemos buscar o equilíbrio entre as atividades humanas, a qualidade ambiental e a saúde pública no âmbito das comunidades locais. 
Para termos uma noção da realidade que nos cerca, basta a nós analisarmos as atividades, empreendimentos e serviços realizados no nosso município, no nosso bairro ou na nossa região, do ponto de vista da sustentabilidade. Com muita verdade, veremos que o discurso ambiental de desenvolvimento sustentável, se existir, estará encorajada pela máscara verde, que  oculta os reais motivos de seu discurso: exigências burocráticas de agentes financiadores ou de entidades parceiras, fiscalizadoras ou gestão pública (ou obtenção de selos verdes e certificações ambientais). Isto não significa que, no atual nível de discussões ambientais, não possamos encontrar ações práticas de conservação por meio daqueles que utilizam os recursos naturais para produção de bens de consumo e prestação de serviços. 
O mundo está mudando! A sensibilização é "imposta" pelos distintos meios de comunicação! A conscientização, por sua vez, é mais lenta e resistente e é esta velocidade de apreensão e compreensão dos desafios ambientais que preocupa a quem desconfia das consequências dos impactos ambientais para o futuro de nossas vidas.   

(por: Paulo Lima)

2 comentários:

  1. Tabuleiro do Norte possue um riacho as margens da cidade e é completamente abandonado pelo governo local. Lugar este onde poderia ser construído um passeio público, com calçadão e arborização de suas margens e além disso, o riacho Quixeré está com seu percurso obstruído próximo à Passagem, ou seja, o alagamento que ocorreu em Tabuleiro do Norte a 3 anos poderia ter sido evitado caso o riacho tivesse sido revitalizado e seu sua passagem, no fim da rua Capitão José Rodrigues tivesse sido reformada. Heber Nogueira Gondim

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  2. Heber Nogueira, você tem a total razão. Já fizemos audiências públicas e reuniões mostrando todos os impactos possíveis e reais resultantes da má gestão do Riacho "Quixeré", mas nem a gestão pública e nem a comunidade tem interesse em resolver ou participar da resolução do problema. Por outro lado, a parte da população mais afetada pelas cheias não acredita na mudança ou se esquece que muitos deles passaram até 3 meses alojados em escolas públicas, nas cheias de 2009. E o problema de drenagem só piorou nos últimos anos. A "sorte" é que a precipitação média anual de 2011 e 2012 esteve abaixo da média histórica. Com apenas um evento de chuva, na semana do carnaval de 2012, Tabuleiro teve várias ruas da periferia alagadas e ninguém resolveu nada. É isso.... Paramos um pouco a discussão sobre o Riacho devido ao período eleitoral (e improdutivo), mas voltaremos com tudo depois do dia 07 de outubro. Contamos com sua colaboração.

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